domingo, 12 de outubro de 2008

>>Cd do "Siba e a Fuloresta do Samba - Fuloresta do Samba"<<




Sobre o Siba:


O Mestre Ambrósio sempre foi o “lado B” do manguebeat. Enquanto Chico Science, Zero Quatro e outros partiam do regional para um pop universal, o MA fez o caminho inverso, dando vitalidade e juventude às raízes nordestinas. Em seu projeto solo, o vocalista/rabequista Siba radicaliza a proposta e cai dentro da mais primeva forma de samba rural.

Samba este que guarda pouca semelhança com o partido alto que se ouve no Sudeste. Com apetite de arqueólogo, Siba convocou uma trinca (Biu Roque, Mané Roque e Manoel Martins) de cantores-percussionistas do interior de Pernambuco para formar o núcleo de sua fuloresta. Na pauta, não o samba tradicional, mas a música do imaginário popular da Zona da Mata - cirandas e maracatus. O parentesco com o Mestre Ambrósio é natural, pela voz peculiar de Siba e dos formatos das canções (quase todas inéditas), já explorados pela banda. Mas a rusticidade e o tom de descoberta reverente que permeiam o disco deixam o MA parecendo uma banda pop, em comparação. Trata-se aqui de sons ancestrais, desconectados de influências contemporâneas e que remetem a um outro tempo - até mesmo a um outro Brasil, mais rural e aparentemente mais simples, mas carregado de sutilezas rítmicas e poéticas.

Siba encontra-se muito à vontade neste universo à parte. Suas composições vasculham com propriedade a tradição e não se desviam nunca da proposta original; mesmo o potencial “dançante” de algumas músicas do Mestre Ambrósio foi sacrificado em prol da autenticidade e da fidelidade. É um mergulho radical, sem concessões. Das temáticas e vocabulário das letras ao estilo dos arranjos (dando ênfase aos metais “de coreto”), Fuloresta é purista até a raiz. Sempre trafegando nos parâmetros estritos da ciranda e do maracatu de baque solto, Siba consegue variações surpreendentes de uma faixa para outra. Se em algumas o disco soa frenético (Meu Rio de Samba, Trincheira da Fuloresta), noutras um tom mais lírico toma conta - caso de Maria Minha Maria, comovente melodia de domínio público entoada por Biu Roque. Mais vale deixar-se levar pela cadência toda própria do “samba” que Siba e seu grupo armam em canções como Suinã ou Barra do Dia.


Faixas:

1 - Fuloresta do Samba

2 - Bringa
3 - Caluanda
4 - Trincheira da Fuloresta
5 - Suinã
6 - Soldado de aldeia
• Barra do dia (Biu Roque, Siba)
7 - Bonina
8 - Meu rio de samba - (Siba - Barachinha)
9 - Maria, minha Maria - (domínio público)
10 - Sete estrelo
11 - Vale do Jucá
12 - Poeta sambador
13 - Tempo
14 - Terra de reis


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